terça-feira, 19 de outubro de 2010

VERDE QUE TE QUERO VERDE


No jardim da minha casa, deparo-me com estas galochas que passaram pelos pezinhos de todos os meus filhos.
Lembro, então, do poema de Frederico Garcia Lorca, Romance Sonâmbulo:

"Verde que te quero verde.
Verde vento. Verdes ramas.
O barco vai sobre o mar
e o cavalo na montanha.
Com a sombra pela cintura
ela sonha na varanda,
verde carne, tranças verdes,
com olhos de fria prata.
Verde que te quero verde.
Por sob a lua gitana,
as coisas estão mirando-a
e ela não pode mirá-las.



Verde que te quero verde.
Grandes estrelas de escarcha
nascem com o peixe de sombra
que rasga o caminho da alva.
A figueira raspa o vento
a lixá-lo com as ramas,
e o monte, gato selvagem,
eriça as piteiras ásperas.

..."

Ah, a magia da vida...

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